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#Nota 01.03.2022 - Também disponível em ENG - ESP - FRA - ITA
 
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Sugestões para as Dioceses e Conferências Episcopais sobre a preparação da síntese

 

O Documento Preparatório começa declarando que “a Igreja de Deus é convocada em Sínodo” (n. 1). A abertura de outubro de 2021, realizada primeiro em Roma e depois em todo o mundo, foi uma abertura do Sínodo; estamos no Sínodo. A síntese elaborada por cada Diocese/Eparquia e Conferência Episcopal/Sínodo da Igreja sui iuris são documentos sinodais. Por isso, pede-se aos Bispos e às Conferências Episcopais/Sínodos das Igrejas sui iuris que preparem cuidadosamente o discernimento final que apresentam em forma de síntese.
 
Neste sentido, este documento pretende responder aos numerosos pedidos de indicações para a preparação da síntese a ser apresentada ao Secretariado Geral do Sínodo dos Bispos, articulando e desenvolvendo o que está contido no Documento Preparatório (nn. 31-32) e no Vademecum (Anexo D). Este documento destina-se principalmente a apoiar as Conferências Episcopais/Sínodos das Igrejas sui iuris na elaboração da sua síntese, mas também pode ser útil aos facilitadores do processo sinodal dentro de cada Igreja local, ao nível das Dioceses/Eparquias[1], paróquias, comunidades de base, associações e movimentos, grupos espontâneos. Cada realidade local é convidada a adaptá-lo criativamente ao seu próprio contexto.
 
1. O objetivo da síntese
Sobre a síntese, o Documento Preparatório afirma:
 
A síntese que cada Igreja particular elaborar na conclusão deste trabalho de escuta e discernimento constituirá a sua contribuição para o percurso da Igreja universal. Para tornar mais fáceis e sustentáveis as fases sucessivas do caminho, é importante conseguir condensar os frutos da oração e da reflexão, no máximo, em dez páginas. Se for necessário, para as contextualizar e explicar melhor, poderão ser anexados outros textos como apoio ou integração. (n. 32)
 
O objetivo da síntese não é apresentar a cronologia das etapas do processo sinodal efetivamente seguidas, nem elaborar um relatório que enumere de forma indiscriminada todos os pontos que surgiram no trabalho. Pelo contrário, como culminar do discernimento espiritual comunitário, a síntese visa colher e expressar os frutos do processo sinodal de modo que sejam compreensíveis mesmo para aqueles que não participaram dele, indicando como o chamamento do Espírito Santo para a Igreja foi compreendido no contexto local.

2. Estrutura
Esta poderia ser uma estrutura indicativa para a síntese, com um máximo de dez páginas.

2.1 Introdução: releitura da experiência sinodal (1-2 páginas)
Indicar as etapas fundamentais, os pontos de viragem e sobretudo a dimensão espiritual do caminho percorrido (dificuldades, surpresas, etc.).

2.2 Corpo do resumo: discernimento das contribuições recolhidas (6-7 páginas)
Esta parte da síntese articula a resposta à questão fundamental do processo sinodal (cf. Documento Preparatório, n. 26), à luz das questões temáticas (cf. ibidem, n. 30, e Vademecum, n. 5.3). , destacando os principais frutos do discernimento realizado durante o processo sinodal.

2.3 Conclusões: próximos passos (1-2 páginas)
A conclusão poderia indicar os passos a serem dados em resposta ao que foi reconhecido como o chamamento (ou chamamentos) do Espírito Santo, destacando em particular aqueles pontos sobre os quais se considera importante solicitar um maior discernimento da Igreja.

2.4 Anexos
Pode ser útil incluir uma visão geral do contexto local, com alguns factos e estatísticas importantes, como pano de fundo para se colocar o conteúdo da síntese. Igualmente, podem ajudar alguns testemunhos, citações ou histórias dos participantes, que preservam a originalidade da sua forma de se expressar e permitem compreender melhor a dimensão espiritual e emocional da experiência. Em todo o caso, os anexos, que não são obrigatórios, trazem apenas informações complementares: a síntese deve conter todas as informações essenciais sobre o caminho percorrido e os seus frutos e, portanto, sobre a contribuição que cada Igreja particular oferece ao caminho sinodal da Igreja universal.
 
3. Preparação
Alguma atenção pode ser útil na preparação do processo de elaboração da síntese.

3.1 Recolha de material
É necessário estabelecer claramente como e em que prazo as contribuições devem ser apresentadas, organizadas e conservadas, fornecendo uma estratégia para a gestão de uma quantidade abundante de documentos. Para integrar os contributos dos grupos sinodais como matéria de discernimento podem ajudar as contribuições quantitativas (por exemplo, questionários estruturados) ou qualitativas (por exemplo, entrevistas, grupos focais, etc.) ou contributos de especialistas.

3.2 Escolha da equipa de redação
Do uma perspectiva sinodal, faz sentido que a redação da síntese seja confiada a um grupo, dentro do qual pode ser conveniente envolver a equipa sinodal. Outros membros da equipa de redação poderiam ser escolhidos com base na sua condição (idade, sexo, estado de vida), origem geográfica ou cultural, experiência e/ou competência em diferentes áreas (ciências sagradas, ciências humanas e sociais, redação de textos, etc.), com particular atenção à presença de pessoas capazes de ouvir e compreender a voz das minorias, dos pobres e dos excluídos. Igualmente seria importante assegurar a presença de um núcleo mais pequeno (por exemplo, 2-3 pessoas) com competências na redação de textos, a quem a tarefa de redação possa ser fisicamente confiada.

3.3 Identificação do método de trabalho
Uma vez formada a equipa de redação, é preciso esclarecer quem é o responsável por liderar o trabalho e como é que as decisões serão tomadas em caso de desacordo. Caso o grupo seja grande e articulado, pode ser útil prever uma pequena comissão ad hoc para resolver disputas. Além disso, é necessário esclarecer o método através do qual o grupo irá realizar a sua tarefa, indicando os diferentes passos para chegar ao texto final e os prazos previstos para a sua entrega. Algumas ferramentas informáticas (por exemplo, software para marcação de palavras-chave ou programas de nuvens de palavras), podem auxiliar na análise dos materiais recolhidos; porém, não podem substituir o trabalho de releitura e síntese à luz da fé que deve sustentar a elaboração do texto final.
Mesmo com o necessário envolvimento do grupo de redação, a determinação das modalidades de elaboração, discussão e aprovação do texto cabe aos Bispos, pois são eles os responsáveis ​​pelo processo sinodal nos vários níveis (diocesano, nacional, etc.), que exercem assim a sua responsabilidade de guias do discernimento.
 
4. O processo de redação
Com base na metodologia seguida pelas assembleias do Sínodo dos Bispos e outros caminhos sinodais, são sugeridas algumas etapas, recomendando que sejam adaptadas às culturas e contextos locais.

4.1 Leitura das contribuições recebidas
A leitura dos materiais recolhidos deve ser feita em ambiente de oração e discernimento, tendo em conta o contexto e a cultura de onde provêm. A partir da própria experiência e competência, quem participa nesta fase procura identificar nos materiais que lê:
  •  Que elementos interessantes, inovadores e esclarecedores emergem sobre a questão que orienta o caminho sinodal?
  •  Que obstáculos, dificuldades ou preocupações são relatados? Quais são as causas indicadas?
Ao trabalhar, precisam de prestar atenção a:
  •  Tendências comuns sobre as quais há certo consenso (não necessariamente unânime);
  •  Pontos de vista dissonantes e vozes “fora da caixa” ou marginais, que destacam as diferenças dentro do Povo de Deus; é essencial não perdê-los de vista, porque o processo de discernimento poderia reconhecê-los como vozes proféticas que indicam o que o Espírito pede à Igreja.
4.2 Identificação dos pontos-chave
O trabalho de leitura com o método que acabamos de descrever permitirá identificar um certo número de pontos-chave: conjuntos de intuições e questões em torno dos quais é possível agregar um certo número de elementos que emergiram da leitura, evidenciando as relações que os unem. Cada membro da equipa de redação pode ser convidado a escrever um pequeno relatório destacando os pontos-chave que encontrou. O método da conversação espiritual pode ser útil para partilhar os frutos do trabalho individual e formar um consenso.

4.3 Redação do texto
A articulação dos principais pontos-chave que emergiram ajudará a definir a estrutura do corpo da síntese. Seguir-se-á a redação de uma primeira minuta, a ser confiada àquele grupo de pessoas mais experientes no trabalho de redação indicado no n. 3.2. Este rascunho será aperfeiçoado graças às contribuições dos demais membros da equipa de redação, até que seja acordado em conjunto que a riqueza presente nas contribuições recolhidas esteja adequadamente representada no texto.
Este trabalho não visa eliminar diferenças ou harmonizar as vozes do exterior de forma artificial: conflitos, tensões e questões difíceis podem legitimamente estar presentes tanto nas contribuições recolhidas entre os membros da equipa de redação. Uma abordagem sinodal procurará identificar em que direção é possível caminhar juntos discernindo o que parece vir de Deus. Se isso não for possível, as tensões poderão ser indicadas na síntese à medida que se manifestam. Finalmente, pode ser interessante salvaguardar o sabor local ou as formulações significativas através de citações diretas da voz dos participantes do processo sinodal ou dos materiais recolhidos.

4.4 Feedback e alterações
Concluído o trabalho do grupo de redação, pode encontrar-se a maneira mais adequada de enviar o texto confidencialmente a algumas pessoas que participaram no processo sinodal, começando pelos responsáveis por ele, recolher os seus comentários e modificar o texto onde parece apropriado.
 
Uma Conferência Episcopal/Sínodo da Igreja sui iuris ou uma Diocese/Eparquia podem sentir-se chamadas a viver esta fase, devolvendo, de alguma forma, o rascunho do resumo ao Povo de Deus para receber mais comentários e outras sugestões. Esta consulta posterior poderá reforçar a síntese e lançar as bases para a sua posterior implementação. No fim do percurso será necessário uma sistematização da redação do texto, respeitando também os limites de extensão.

4.5 Revisão do processo
Neste ponto, pode ser útil dedicar algum tempo à releitura de todo o processo sinodal em oração (incluindo a fase de redação da síntese). O fruto desta releitura poderá enriquecer a parte introdutória do resumo (ver acima n. 2.1).

4.6 Validação e aprovação
Antes de ser enviado para o nível seguinte (por exemplo, da Diocese/Eparquia para a Conferência Episcopal/Sínodo da Igreja suoi iuris; da Conferência Episcopal/Sínodo da Igreja suoi iuris para o Secretariado Geral do Sínodo dos Bispos), o texto deverá ser validado e aprovado de acordo com os procedimentos definidos no início do processo (ver acima n. 3.3). Ao invés de se preocuparem com os conteúdos específicos, quem é responsável pela aprovação final tem a tarefa de garantir que o texto seja o resultado de um processo autenticamente sinodal e que respeite o processo sinodal efetivamente realizado.
 
Para recursos e informações adicionais sobre a preparação de resumos, visite o site oficial www.synod.va e os sites de suporte www.synodresources.org e www.prayforthesynod.va.

Também disponível em ENG - FRA - ITA - POR - SPA
 
 
[1] Obviamente, todas as circunscrições eclesiásticas equivalentes a Dioceses/Eparquias estão incluídas nessas denominações.
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